O vai e vem.

O vai foi complicado;
Meu maldito hábito de sofrer por antecedência me pregou uma peça, e acabei por conhecer um pouco mais de meu eu que todos desconhecem.
Fazia aproximadamente três horas de viagem, e ao começar tocar Placebo na playlist do mp4 bateu um aperto. Mas não o aperto por estar indo, e sim por saber que se tudo vier a calhar, como já mencionei neste, vou-me. O que doía era que não seria mais um desejo, seria real. Pensei não nos que deixarei, mas com quem estarei: eu mesma, só. E pela primeira vez, aquela Sarah que gosta do gosto da emancipação, sentiu medo desta. O medo de viver sozinha, ter que se virar sozinha, sem ter ao menos uma voz pra ouvir brigar. Por um instante cheguei a cogitar minha ida, quis voltar e dizer: quero ficar aqui, sempre.
Em meio de medos e desejos, o sono me pegou.
Já o vem foi mais fácil;
Não por estar voltando, mas por perceber que o que eu quero estava ali. Toda a fobia se foi, e o que chegou, aliás, o que permaneceu foi o desejo, a ânsia de querer logo. Percebi que cedo ou tarde terei de ir, e se for por algo que anseio, que assim seja. E aquela que acabei por descobrir no mesmo trajeto contrário continua ali, mas com um ponto fixo no horizonte, um ponto na qual mesmo com qualquer interferência pessoal, vai segui-lo.