"Chorei.
Chorei porque aparentemente não havia uma solução. Chorei porque eu era a única pessoa que poderia fazer alguma coisa, mas, não pude. Chorei porque eu estava com tanta saudade que não sabia onde eu estava. Chorei porque nenhum porre desse mundo poderia me impedir de chorar. Chorei por todas as coisas que tive de abrir mão, por todas as pessoas que abriram mão de mim. Chorei porque era tudo que eu poderia fazer, chorar como uma criança desesperada. Chorei pelo cansaço, pelas dores nas costas, pela falta de alimento no estômago, chorei porque acreditava em tudo, e hoje já não havia mais nada para acreditar. Chorei porque eu estava em todos os lugares, mas, nenhum deles era o meu lar."
Naquele dia decidiu ser má. Pelo simples fato de não entender as mil borboletas, cores ou palavras que borbulhavam entre suas veias. Chorou. Rasgou cartas, fez rabiscos, pintou o nada e o tudo. Pranteou. Bagunçou roupas, espalhou sapatos. Lastimou. Quebrou vasos, fez de porta-retratos cacos, chutou cadeiras e portas. Chorou e desejou que tudo aquilo que impregnava sobre ela sumisse. E por um instante, sumiu.